quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SOCIOLOGIA

  TEMA 2:  A  ESCRAVIDÃO  E  FORMAS  DE  RESISTÊNCIA  INDÍGENA E  AFRICANA  NA  AMÉRICA    


A escravidão existiu entre os povos da antiguidade. As sociedades grega e romana, por exemplo, eram sociedades predominantemente  escravistas.  Seja como fruto de sucessivas guerras, expansão militar ou mesmo como pagamento de dívidas, o trabalho escravo foi largamente difundido no mundo  clássico.
     Na África, anterior ao tráfico negreiro, havia a prática  da escravidão como decorrente dos conflitos intertribais. De modo geral, era o que se chamava escravidão doméstica ou patriarcal, que apresentava características distintas da escravidão comercial feita posteriormente pelos árabes e europeus – embora fosse também opressora ( nas sociedades africanas pré-coloniais também existia desigualdade e exploração).
     Nos confrontos entre africanos, era comum que os vitoriosos fizessem alguns escravos entre os derrotados, ou seja, na escravidão doméstica havia o aprisionamento de alguém para utilizar sua força de  trabalho, em geral, na agricultura de pequena escala, familiar, ou ainda na produção artesanal ou serviços domésticos. Perceba que a economia da comunidade ou Estado não se baseava na escravidão. Se a terra era abundante, mas rareava mão de obra, esse tipo de escravidão servia para aumentar o número de indivíduos a serem empregados no sustento de uma família ou grupo. Os escravos eram poucos por unidade familiar, mas a posse deles assegurava poder e prestígio para seus senhores, já que representavam a capacidade de autossustentação da linhagem. Não por acaso, nesse tipo de cativeiro havia preferência por mulheres e crianças. A fertilidade das mulheres garantia a ampliação do grupo. Daí porque era legítimo as escravas se tornarem concubinas (amantes) e terem filhos com  os seus senhores.
     O escravo poderia apresentar mesmo algum tipo de direito, por menor que fosse ( por exemplo, não podia ser vendido ou executado,poderia ter alguns bens, era castigado apenas de forma moderada,poderia casar-se com alguém livre etc.) Havia inclusive,entre alguns povos,a possibilidade de o escravo ser liberto, incorporando-se à comunidade e à família do senhor.
      No Brasil, a escravidão é uma das exigências da política mercantilista metropolitana e surge com a  implementação da “plantation” açucareira.  Inicialmente, o índio foi o elemento escravizado. O decreto  das “guerras justas” (1575) abria espaço para a escravidão indígena ao definir que os nativos” hostis “ e aprisionados em conflitos poderiam ser convertidos em escravos.
     Uma conjugação de fatores, entretanto, tornou a escravidão indígena menos adequada aos interesses e demandas da economia colonial. Os índios conheciam bem o território e fugiam com mais facilidade; rebelavam-se diante de um trabalho a que não estavam acostumados e quase nenhum controle (diga-se lucros adicionais) a metrópole teria estimulando a sua escravização.  Por fim, o interesse da Igreja em catequizá-los ( em função do expansionismo missionarista determinado pela contrarreforma) pode também ser apontado.
      Embora tenham   coexistido até o século XVIII, a tendência foi a substituição do índio pelo negro africano. Portugal já tinha conhecimento das “praças” fornecedoras de escravos ao longo do litoral africano onde os lusitanos estabeleceram várias feitorias e deram início à lavoura açucareira na Ilha dos Açores.  Os comerciantes portugueses trocavam tecidos  ,bebidas,fumo e armas por prisioneiros de guerra nas regiões  da África Ocidental, proximidades do Golfo da Guiné, áreas que hoje correspondem a países como  Nigéria,Gana,Togo,Benin,Costa do Marfim,Congo,Angola,entre outros.  De maneira geral, podem ser divididos  em dois grandes troncos etnoculturais: Sudaneses e Bantos.
    Portanto, a escravidão negra adequou-se mais às exigências do sistema colonial. Os africanos, ao contrário dos indígenas, eram “desenraizados” de sua terra; conheciam a escravidão em seu próprio continente e, claro, proporcionavam um dos negócios mais rentáveis da América Colonial: o tráfico.
     Não sabemos exatamente o número de escravos trazidos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX. Estimativas indicam que cerca de 3,5 milhões de negros africanos desembarcaram no Brasil, sobretudo, no Nordeste (Pernambuco  ,Bahia e Maranhão).   Com a decadência do açúcar, novos escravos  e outros deslocados do Nordeste  passaram a ser utilizados  na região das Minas Gerais, Rio de Janeiro e Planalto Central Brasileiro.  A dificuldade de se estabelecer um número exato  de escravos desembarcados decorre principalmente de dois fatores: o “contrabando” e porque muitos documentos sobre a escravidão foram intencionalmente queimados logo após a proclamação da República, no esforço de apagar nosso passado escravista e evitar indenizações.
        Sob o ponto de vista ideológico a escravidão foi apoiada na visão eurocêntrica e, claro, preconceituosa, de que as regiões fora da Europa desconheciam a civilização e, em especial, os indígenas eram povos “indolentes” e pouco afeitos ao trabalho e os africanos, “desprovidos de alma”.  Obviamente, a economia indígena nada tinha a ver com os preceitos mercantilistas europeus.
        No Brasil, os escravos foram utilizados em diversas atividades: agricultura, mineração, atividades urbanas (“escravos de ganho”), serviços domésticos, amas de leite e até “transporte de dejetos”.  Todo dia de manhã, eles eram esvaziados em barris de madeira que ficavam embaixo das escadas ou em um canto mais recolhido da casa. Quando o tonel já estava quase transbordando, recorria-se ao “préstimo” do escravo! Era sobre as cabeças deles que o peso das barricas era conduzido para ser despejado na “beira” das marés. Em seguida, os carregadores retornavam com os recipientes vazios para receber nova carga.
Esses barris eram chamados de “tigres” e os seus condutores, de “tigreiros”. Talvez o nome fosse uma alusão à coragem dos carregadores ou, quem sabe, à imagem desagradável das barricas que, ao transbordar, espalhavam fezes nos corpos dos escravos e dos negros de ganho, numa combinação que lembrava a pelagem dos tigres. Existem versões que afirmam que o apelido foi dado porque, ao avistar os negros levando barris de dejetos, os transeuntes, com medo de ficarem sujos, afastavam-se rapidamente, como se fugissem de um animal selvagem.
        A escravidão feita pelos europeus teve dramáticas consequências para o continente africano. Imensas regiões foram despovoadas por causa da captura ou mesmo das fugas das populações locais, sem falar das mortes. Desorganizou-se totalmente a economia e foram desfeitos os laços de amizade, cooperação e convivência familiar entre muitas comunidades.

         Sua herança  se faz presente nas imensas dificuldades, instabilidade política, conflitos e pobreza que assolam o continente. E, sobretudo, na prática abominável e criminosa do racismo.

Fotografias raras  de escravos brasileiros feitas 150 anos atrás 


Quitandeiras em rua do Rio de Janeiro, 1875 (Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles).



Lavagem do ouro, Minas Gerais, 1880. (Foto: Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles).


Senhora na liteira (uma espécie de "cadeira portátil") com dois escravos, Bahia, 1860 (Acervo Instituto Moreira Salles).


Negra com uma criança branca nas costas, Bahia, 1870. (Acervo Instituto Moreira Salles).


Foto da Fazenda Quititi, no Rio de Janeiro, 1865. Observe o impressionante contraste entre a criança branca com seu brinquedo e os pequenos escravos descalços aos farrapos (Georges Leuzinger/Acervo Instituto Moreira Salles).



Encerrando a primeira parte do  tema, reproduzimos cenas do filme  “Amistad” tendo como  fundo sonoro a declamação do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves.



Sobre a temática do filme :

Em 1839 dezenas de africanos a bordo do navio negreiro espanhol La Amistad matam a maior parte da tripulação e obrigam os sobreviventes a leva-los de volta à África.
Enganados, desembarcam  na costa leste dos Estados Unidos, onde, acusados de assassinatos, são presos, iniciando um longo e polêmico processo, num período onde as divergências internas do país entre o norte abolicionista e o sul escravista, caracterizavam o prenúncio da Guerra de Secessão.

Sobre o poema:

Foi escrito em São Paulo, no ano de 1869, quando o poeta tinha vinte e dois anos de idade, e quase vinte anos depois da promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos, em 4 de setembro de 1850. 













terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

HISTÓRIA



TEMA  2 :   AS  BASES  DO  ANTIGO  SISTEMA  COLONIAL



A  Colonização significou para a América, sobretudo, exploração.  Os Estados Nacionais europeus, centralizados politicamente e adotando as práticas mercantilistas, orientaram as políticas colonizadoras do Novo Mundo.

 O  mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas que até o advento da industrialização orientou a colonização da América. 




         Na  América  Colonial  Espanhola,  o sistema  colonial  baseou-se  na  mineração ( sobretudo, a prata) utilizando a mão de obra indígena sob regime de servidão.  Duas formas compulsórias de servidão indígena foram  utilizadas :



        Na  América Portuguesa, a “plantation”  açucareira  foi a base do sistema colonial. Utilizando a mão de obra escrava africana e  tendo como unidade básica de produção o engenho, a economia colonial brasileira privilegiou a atuação da WIC (Companhia das Índias Ocidentais) holandesa que adquiria, transportava, refinava  e revendia o “ouro branco” na Europa.



    Na  América Inglesa, tivemos uma experiência de colonização única. Nas áreas temperadas do norte do atual território dos EUA prevaleceu a colonização por povoamento. Suas características  foram :

- Pequenas e médias propriedades.
- Trabalho livre (servidão branca);
- Policultura;
- Produção para o mercado interno.

Nas áreas subtropicais do Sul, expandiu-se a monocultura do algodão, configurando-se aí um modelo de colonização por exploração.


QUESTÕES  PARA  RESPONDER  :

1)
Recife

Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos amadores das Índias Ocidentais
Não a Recife dos Mascates
Nem mesmo a Recife que aprendi a amar depois -
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
(Manuel Bandeira, "Evocação do Recife, Libertinagem")

A Companhia das Índias Ocidentais a que o poema se refere faz parte de um momento da História brasileira e foi

a) marcada por um conjunto de medidas que impulsionou a expansão da colonização portuguesa na América e a descoberta das áreas mineradoras no planalto central.
b) formada com capitais públicos e privados lusos; sua finalidade era apoiar a luta pela expulsão dos holandeses do Nordeste e recuperar o comércio da colônia com a metrópole.
c) organizada com a clara intenção de promover a centralização política, administrativa e jurídica da colônia nas mãos dos representantes enviados pelo governo holandês.
d) criada pelo governo e por grupos mercantis e financeiros das Províncias Unidas com o objetivo de dominar a produção e o comércio de açúcar, assim como o tráfico de escravos.
e) responsável  pela elaboração de leis, normas e regras sobre toda administração pública e sobre a justiça que deveriam ser seguidas no reino e nas colônias portuguesas.


2) América Hispânica e América Portuguesa, futuro Brasil, viveram processos históricos parecidos, mas não idênticos, do final do século XV até a primeira metade do XIX.

A(s) questão(ões) a seguir discutem essas semelhanças e diferenças.

Quanto à conquista da América por espanhóis e portugueses, na passagem do século XV ao XVI, pode-se dizer que

a) no caso português o objetivo principal era buscar minérios e produtos agrícolas para abastecer o mercado europeu e no caso espanhol pretendia-se apenas povoar os novos territórios e ampliar os limites do mundo conhecido.
b) nos dois casos ocorreram encontros com vastas comunidades indígenas nativas, porém na América Portuguesa a relação foi racional, harmoniosa e humana, resultando num povo pacífico, e na América Hispânica foi violenta e conflituosa.
c) no caso português foi casual, pois os navegadores buscavam novas rotas de navegação para as Índias e desconheciam a América e no caso espanhol foi intencional, porque o conhecimento de instrumentos de navegação lhes permitiu prever a descoberta.
d) nos dois casos foi violenta, porém na América Portuguesa o extrativismo dos dois primeiros
séculos de colonização restringiu os contatos com os nativos e na América Hispânica a implantação precoce da agricultura provocou maior aproximação.
e) no caso português foi precedida por conquistas no norte e no litoral da África, que resultaram em colônias portuguesas nesse continente, e no caso espanhol iniciou a constituição de seu império ultramarino.

3) A colonização portuguesa no Brasil é caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial, assume o caráter da colonização das terras brasileiras. A partir daí os dois elementos - Estado e burguesia - passam a ser os agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação à colonização é efetivada através de alguns elementos básicos que se seguem: dentre eles apenas um não corresponde ao exposto no texto; assinale-o.

a) a preocupação básica será a de resguardar a área do Império Colonial face às demais potências europeias.
b) o caráter político da administração se fará a partir da Metrópole e a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.
c) o vértice definidor,  reside no monopólio comercial.
d) a função histórica das Colônias será proeminente no sentido de acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil europeia.
e) a produção gerada dentro das Colônias estimula o seu desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.

4) A descoberta de novas terras por navegadores portugueses e espanhóis alimentou a imaginação dos europeus e fomentou uma visão paradisíaca do novo mundo. Com respeito a esta "visão do paraíso" nos trópicos, é correto afirmar:

a) os europeus esperavam encontrar monstros e outras entidades mitológicas, o que se confirmou na presença de animais pré-históricos e seres humanos estranhos.
b) os temores com relação ao inesperado levavam muitas vezes os europeus a demonstrar uma violência desumana contra os nativos do chamado Novo Mundo.
c) as descrições dos novos territórios, com suas florestas exuberantes e seus pássaros exóticos, vinham confirmar as expectativas de descoberta do Paraíso na Terra.
d) o encontro com seres de uma nova cultura, em um ambiente natural diferente, criou um clima propício ao entendimento mútuo e ao respeito pela vida humana, como era pregado pelos religiosos europeus.
e)  a percepção da diversidade cultural fez o europeu buscar uma integração com os valores culturais das populações ameríndias.

5) A transição gradativa do Mundo Medieval para o Mundo Moderno dependeu da conjugação de inúmeros fatores, europeus e extraeuropeus, que ganharam dimensões e características novas. A inserção do Mundo não europeu no contexto do colonialismo mercantilista, inaugurado pelos grandes descobrimentos, contribuiu para:

a) a aceitação, sem resistência, da tutela cultural que o europeu pretendeu exercer sobre os povos da África e da Ásia.
b) acarretar profunda contenção na expansão civilizatória do Mundo Pré-Colombiano.
c) o indígena demonstrar sua inadaptabilidade racial para o trabalho.
d) que o tráfico negreiro, operação comercial rentável, fosse determinado pela apatia e preguiça do ameríndio.
e) a montagem de modelo político-administrativo caracterizado pela não intervenção do Estado Absoluto na vida das colônias.

6) O período 1450-1550, de transição da Medievalidade para a Modernidade, conheceu dentre outras características:

a) decadência econômica e racionalização da vida religiosa.
b) revalorização do aristotelismo e consolidação do Estado Absolutista.
c) forte efervescência religiosa e intensa expansão comercial.
d) avanço do liberalismo burguês e recuo do feudalismo.
e) hegemonia europeia francesa e despontar da arte gótica.

7) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.


CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.


Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de

a)o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.

b)os árabes serem aliados históricos dos portugueses.

c)a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.

d)as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.

e)os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.


8) Na América Colonial Espanhola, no século XVI, as populações nativas foram utilizadas em diversas relações de trabalho. Dentre essas, uma das mais rentáveis para a Coroa foi a que permitia aos espanhóis cobrarem tributos dos nativos em gêneros ou prestações de trabalhos nos campos. Essa forma de trabalho era denominada:


a) "Mita"
b) "Obrajes" 
c) "Cabildos" 
d) "Encomienda" 
e) "Ayuntamientos"

9)"1785, Cidade do México Sobre a Literatura de Ficção na Época Colonial.
 O vice-rei do México, Matias de  Gálvez, assina um novo decreto a favor dos trabalhadores índios.
Receberão os índios salário justo; bons alimentos e assistência médica; e terão duas horas de descanso, ao meio dia, e poderão mudar de patrão quando quiserem."   
    (GALEANO, Eduardo. "As Caras e as máscaras." Rio, Nova Fronteira, 1985. p.107.)

O autor procura ironizar com o título dado ao texto as práticas desenvolvidas pelos espanhóis na América, já  que

 a) os indígenas trabalhavam legalmente como escravos dos espanhóis sendo falsa a ideia de "salário justo" e "boas condições de vida e trabalho".
 b) apesar das várias legislações sobre o assunto, ocorria, na prática, uma superexploração do trabalho indígena sob os regimes da mita ou da encomienda.
 c) a situação dos indígenas americanos era, na época, bem melhor do que propunha o decreto do vice-rei do México pela pressão exercida a favor deles pela Igreja Católica.
 d) os indígenas não podiam nunca mudar de patrão pois este sempre fora o rei da Espanha, que não abria mão dessas prerrogativas.
 e) o decreto não tinha razão de ser, pois os indígenas mexicanos tinham sido completamente dizimados pela conquista e pelo trabalho de exploração mineral no século XVI. 


10) Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil europeia da época moderna.

a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole.
b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção.
c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista europeia.
d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais.
e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial.

AGUARDE  GABARITO   NAS  PRÓXIMAS  POSTAGENS.






quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HISTÓRIA

TEMA:    A  CONQUISTA  DA  AMÉRICA.   CONFLITOS  ENTRE  EUROPEUS  E  INDÍGENAS   NA  AMÉRICA  COLONIAL.



AS   SOCIEDADES  PRÉ- COLOMBIANAS

OS  MAIAS  

O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala,  Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da  civilização e eram governadas por um rei sacerdote (teocracia).
 A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.  


Para os Maias a Serpente Emplumada  Quetzalcoatl  que, como a estrela da manhã, traz esperança para a humanidade, ensinando verdades superiores e incorporando ideais evolutivos.




As pirâmides maias eram fruto do grande conhecimento de matemática e arquitetura desse povo. Elas eram dedicadas aos deuses e não serviam como residência. Uma mesma cidade podia ter até dez pirâmides, dependendo da área ocupada.





OS  ASTECAS


Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual  Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.
A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).
 Durante o governo do imperador  Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região. 


Um chefe asteca sobe a bordo e oferece, ao navegador e sua tripulação, armas, tecidos e também sementes de cacau. Ele tenta explicar  aos conquistadores que as sementes são a moeda do país e que permitem preparar uma bebida muito apreciada entre eles.



Era Sexta-Feira Santa de 1519 quando o espanhol Hernán Cortez chegou com mais 600 homens na costa do México. Montezuma II os recebeu e os hospedou em seu palácio. Um ano depois, o rei foi morto por aqueles que acolheu. O conhecimento asteca não foi páreo para o aço, a pólvora e a ganância dos espanhóis que, em menos de três anos, transformaram Tenochtitlán em ruínas, construindo sobre ela a atual Cidade do México. 




A  pintura dos Astecas é uma arte intermediária entre a escrita e a iluminura, manifestada através da execução minuciosa de caracteres pictográficos e da figuração de cenas históricas ou mitológicas. Os objetos são representados de frente ou de perfil e, às vezes, as duas posições são sobrepostas, resultando numa imagem irreal, mas sempre compreensível. Não conhecem a perspectiva e o colorido não tem nuances, porém há sempre contornos negros delimitando cada forma e realçando a vivacidade das cores. Em certos aspectos, essas obras lembram um dos estágios mais antigos da pintura egípcia.



OS  INCAS


Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia,  Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
O imperador,  considerado o “Filho do sol” e venerado como um  representante divino na terra.  A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei  em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas (mita).


Machu Picchu, também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, Peru. É considerada uma das” 7 maravilhas do mundo contemporâneo”.



Os povos andinos ainda  desenvolvem  a  tecelagem, herança incaica.


Escultura em ouro  representando o Deus Sol, maior divindade entre os incas.

 Os contatos entre estes povos ameríndios tão heterogêneos com os colonizadores europeus foram bastante conflituosos. Embora eventualmente fossem constituídas alianças pacíficas, esta relação era caracterizada pela exploração agressiva da população nativa e de suas riquezas. Como consequência desse violento processo, milhões de indígenas morreram. As doenças trazidas pelos europeus, a fome, a superioridade militar do colonizador e o trabalho forçado foram os principais fatores para tal genocídio.
Todo esse sistema de exploração estava inserido na política mercantilista então adotada pelas potências absolutistas europeias. Através do “pacto colonial”, ficavam estabelecidas as condições que proporcionavam às metrópoles a “exclusividade” sobre os negócios coloniais. Por mais que os colonos frequentemente corrompessem o monopólio metropolitano (através do contrabando), boa  parte da produção colonial tinha como destino os cofres europeus, o que possibilitou o enriquecimento do Velho Mundo em prejuízo do continente americano.



ABORDAGENS  NO  ENEM  ( COMENTADAS)



QUESTÃO 1

O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores, nobres, sacerdotes, funcionários do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura. Principalmente  o cultivo da batata e do milho.

A principal característica da sociedade inca era a:

a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária.    


RESPOSTA:  LETRA  E

A letra E é a correta, pois apresenta o caráter altamente hierarquizado da sociedade inca, onde eram quase nulas quaisquer possibilidades de ascensão social. Do mesmo modo, analisa corretamente a natureza do governo inca ao classificá-lo como aristocrático, já que a direção do governo cabia a um seleto e poderoso grupo de indivíduos.


QUESTÕES PARA  RESPONDER  

QUESTÃO 01

Recentemente, Evo Morales  foi reeleito presidente da Bolívia.. Durante a campanha eleitoral, foi chamado de Pachacútec, numa alusão ao imperador incaico que consolidou um império nos Andes centrais. Sobre a sociedade incaica, é correto afirmar que:

A)    o fato de constituir uma das mais significativas sociedades pré-colombianas tem como base a negação da cultura dos povos dominados.

B)    a sua economia tinha por base a agricultura, com a distribuição de terras pelo Estado e a prática do sistema de regadio.

C)    o que a diferenciava das demais culturas pré-colombianas era a ideia de uma sociedade igualitária.

D)    o comércio interno era significativo, tendo no guano um dos produtos mais valorizados.

E)    a sua cultura desapareceu com o processo da dominação espanhola.



QUESTÃO 2



Sobre a conquista da América, é verdade dizer que astecas, incas e maias foram subjugados pelos espanhóis, embora houvesse superioridade numérica de índios. Para isso contribuíram o uso de armas de fogo, os conflitos internos entre os nativos e as doenças transmitidas pelos conquistadores. Sobre a
conquista dos incas, assinale a alternativa correta.

A) Os incas foram derrotados porque acreditaram que os conquistadores eram deuses de volta aos Andes e se sacrificaram em frente deles.

B) A conquista do vasto território inca foi se consolidando sem resistência por parte dos indígenas, sobretudo dos quéchuas, que foram exterminados.

C) O aventureiro Fernão Cortez cruzou o Panamá, chegou ao Pacífico e comandou a conquista dos incas, aproveitando-se das lutas internas que enfraqueciam o Império.

D) Atahualpa consultou os sacerdotes-adivinhos para que explicassem a invasão dos conquistadores. Por não obter resposta, o rei os matou, e dessa forma o Império teocrático colapsou.

E) O conquistador espanhol, após ter tido contato direto com Atahualpa, armou-lhe uma cilada e o fez prisioneiro; pediu resgate em ouro, mas, mesmo assim, o matou. Sem o rei, o Império desestabilizou-se e caiu.


QUESTÃO  3

Os indígenas da América Colonial

A) viviam pacificamente no interior dos grandes impérios pré-colombianos (Inca, Maia e Asteca) até a chegada dos europeus, que destruíram as comunidades indígenas e dizimaram milhões de pessoas.

B) atravessaram conflitos em todos os períodos conhecidos de sua história, das lutas contra a dominação dos grandes impérios pré-colombianos à resistência frente aos europeus conquistadores e aos estados independentes.

C) conseguiram autonomia política após as independências nacionais, pois as repúblicas hispano-americanas permitiram o retorno à vida comunitária, suprimiram os tributos e o trabalho forçado.

D) mantiveram-se livres na área de colonização portuguesa, mas foram escravizados nas regiões de colonização espanhola e inglesa, tornando-se a principal mão de obra na agricultura e mineração.

E) unificaram-se atualmente em amplos movimentos de libertação que visam recuperar as formas de vida e de trabalho do período pré-colombiano e restaurar a autonomia das antigas comunidades.


QUESTÃO 4

As principais sociedades ameríndias (maias, astecas e incas) tinham como característica:

A) Homogeneidade étnica e diferenciação linguística, localizando-se na chamada Mesoamerica (México e América Central).

B) Organização econômica com predominância da agricultura de subsistência, baseada em um sistema de propriedade privada, mas sem hierarquia social.

C) Organização política que evoluiu de teocracias centralizadas para impérios descentralizados, constituídos de cidades-estado bastante autônomas.

D) Cidades comparáveis a cidades europeias, com calçamento, ajardinamento, sistema de esgoto e canalização de água.

E) Religião monoteísta, naturalista, em que se praticava a astrolatria e sacrifícios humanos.


QUESTÃO  5

Na América, desenvolveram-se sociedades que deram origem a grandes civilizações; é o caso da civilização Inca. Sobre ela podemos afirmar que:

A) os incas eram governados por um rei, que tinha como função principal comandar o exército; daí receber o título de "senhor dos guerreiros", comprometendo-se a ser responsável com os deuses e seu povo.

B) entre os incas, qualquer indivíduo, por mais humilde que fosse, poderia chegar a pertencer às classes mais altas, desde que tivesse mostrado bravura e valentia numa batalha.

C) Tenochtitlãn, sua principal cidade, foi construída numa pequena ilha, do lago Texcoco, na qual ao invés de estradas usavam-se canais como via de comunicação.

D) o predomínio social nessa civilização cabia a uma elite militar e sacerdotal, de caráter hereditário, comandada pelo Halach Uinic, responsável pela administração e cobrança de impostos.

E) os incas criaram um sistema de produção agrícola que garantia a sobrevivência da população, graças a um sistema de divisão das terras cultiváveis em três tipos: terra do Deus Sol, terra do Inca e a terra dos camponeses.

QUESTÃO  6

“Uma cidade era conquistada quando, após o cerco, conseguiam capturar o templo dos deuses locais, incendiando imediatamente o santuário do deus tribal”.
(POMER, Leon. História da América Hispano-Indígena/. – S. Paulo. Global, 1983, p.11.).

Todos os povos encontram argumentos para defender a guerra. Nos dias de hoje, assistimos ao governo americano justificar suas guerras com o objetivo de combater o terrorismo e assegurar a civilização ocidental. Os aztecas, antes de serem submetidos pelos espanhóis, consideravam a guerra um feito da divindade Huitzlopachtll, mas também saíram beneficiados com os tributos conquistados junto ao deus.

A partir dessas considerações, podemos afirmar que os Astecas imprimiram à guerra um caráter

A) Sagrado, pois o espólio da guerra era um triunfo ao seu deus e a seus guerreiros;

B) Laico, devido à associação direta entre os sábios e sacerdotes na condução do exército;

C) Secular, graças à manifestação dos sacerdotes no oferecimento de oferendas públicas;

D) Espiritual, referendado pelo desejo de prover a harmonia na terra;

E) Temporal, por causa dos rituais próprios prescritos no calendário do deus sol.

QUESTÃO 7

A chegada do invasor Hernan Cortez, chamado também como o conquistador da América espanhola, seria dada por meios de expansão da fé cristã, no que também este iria proceder a destruição sumaria das populações Astecas, motivado também pela:

A) Busca de novas fontes de recurso e geração de riquezas, como o caso do estanco de vegetais preciosos como o exemplo do paubrasil na América portuguesa;

B) Busca de riquezas metálicas, fato que não seria dado com sucesso, promovendo assim a uma conquista mais violenta sobre seus habitantes;
C) Ausência de riquezas imediatas que faria com que os povos mexicanos e posteriormente peruanos fossem subjugados a sistemas de escravidão pelos conquistadores;

D) Condição de que o conjunto de imagens da mentalidade do europeu sugeria a busca de paraísos cheios de riquezas metálicas, o que seria detectado nas cercanias da região do México.

E) Caça de matérias primas para o abastecimento dos cofres da Metrópole colonial, o que foi porém impreciso e cercado de fortes resistências dado o espírito aguerrido dos pré-colombianos.

QUESTÃO 8

Os astecas sacrificavam prisioneiros de guerra para alimentar seus
deuses. O capturado tinha seu coração arrancado, era decapitado e tinha seu sangue bebido pelo captor que, depois, levava o corpo para casa, esfolava-
o, comia-o com milho e vestia sua pele.

É correto afirmar que estes rituais no mundo dos astecas eram de ordem simbólica, uma vez que:

a) Os vencidos deveriam pagar um tributo de sangue aos astecas, que viam a si próprios como deuses.

b) Os sacerdotes astecas exigiam oferendas de sangue para que não faltasse
alimento em seus templos.

c) Um grande número de sacrifícios representava um reforço do abastecimento
alimentar, evitando a carestia.

d) O captor do prisioneiro se vingava do inimigo, comendo suas carnes e vestindo sua pele.

e) Os deuses exigiam oferendas do bem mais precioso que os homens possuíam, a vida, para que o mundo fosse preservado.

QUESTÃO 9


"(...) a religião desempenhava papel central nas relações entre o Estado
e a sociedade. A guerra era sagrada, pois através dela se obtinham escravos para o sacrifício humano, elemento central na ligação entre a comunidade e o Estado.(...) reinavam sobre um império aberto a dois oceanos(...) Em 1519 (...), com cerca de 5 milhões de habitantes, era a maior concentração
urbana do mundo".

(Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, Oficina de História -
História integrada)

O texto apresenta características dos:

a) tupis.
b) incas.
c) maias. 
d) astecas.
e) araucanos

10) A utilização da mão de obra indígena na América foi encarada pela coroa espanhola como uma riqueza nada desprezível. Criaram-se, na América colonial espanhola, diversas relações de trabalho entre a coroa e os nativos. Assinale a opção que apresenta corretamente duas dessas relações: 

A - Mita e “Encomienda”;
B - “Hacienda” e Peninsulares;
C - “Pueblos” e “Criollos”;
D - “Obrajes” e Visitadores;
E - “Repartimiento” e “Audiencias”.

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A - Mita e “Encomienda”;
B - “Hacienda” e Peninsulares;
C - “Pueblos” e “Criollos”;
D - “Obrajes” e Visitadores;
E - “Repartimiento” e “Audiencias”.



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